top of page

Hired - Capítulo 29: Negociação: Aplicação


Agora vamos ao que interessa: como colocar isso em prática. Pensemos na coisa de um jeito simples: Alvo > Cenário > Abordagem > Ajustes > Decisão. Não tem bicho de sete cabeças aqui. Basta saber o que você busca, entender com quem você está lidando, calibrar a sua abordagem e negociar. Se algum ajuste for necessário, faça rápido e tome a decisão com o mínimo de hesitação possível. Vamos lá.

Alvo: O que eu quero?

  • Uma promoção? Um aumento salarial? Uma mudança de atividades? Uma mudança de local de trabalho? Um novo conhecimento? Uma recolocação profissional? Trabalhar numa empresa X? O quê?

  • Definido o alvo, priorize. O que é mais importante? O que você está disposto a sacrificar para conseguir o que quer (se necessário)? O que não é negociável?

  • Deixe claro o seu objetivo para seus entrevistadores e potenciais contratantes, sem fechar portas para negociação, mas alinhando expectativas.

Cenário: Com quem estou jogando?

  • Empresa: É grande, média, pequena, pré-operacional? Quais são as necessidades desta empresa? Quais as limitações? Que grau de risco apresenta? Qual o nível de transparência nas conversas?

  • Pessoas: Quem eu conheci da empresa até agora? Qual a perspectiva dessa pessoa? Quais são seus interesses? Que tipo de influência exerce na decisão? Que valor vê na vaga em questão?

  • Tempo: Qual o nível de urgência da empresa para fechar essa vaga? Quando eles precisam que a pessoa esteja disponível para trabalhar com eles? Quanto tempo precisariam para encontrar uma opção ao meu nome?

  • Atividades: O que é esperado de mim? Qual o nível de dedicação esperado? Quais são as metas de curto, médio e longo prazo? Qual o cenário da área em que vou atuar?

Abordagem: Como vou jogar o jogo?

  • Motivações: Por que você está aberto a negociar? Quais são suas motivações? O que você quer?

  • Financeiro: A partir de quanto está disposto a participar de processos seletivos (observe bem, não é para fechar um valor, é para passar uma faixa inicial. Note isso com cuidado, voltaremos a falar isso no livro Negociação. Mas, nunca feche o máximo. Estabeleça apenas o mínimo, o ponto de partida.)? É mais importante o anual ou o mensal (exemplo: faz sentido ganhar menos por mês se puder receber uma compensação variável anual mais agressiva)? Quais benefícios são essenciais? Qual é o pacote oferecido (remuneração é diferente de salário, pense no pacote completo.)?

  • Limitações: O que você não negocia (exemplo: mudança de cidade, cumprimento de aviso prévio na atual empresa, etc.)? O que você não consegue oferecer (por exemplo: se te pedirem para passar uma semana fazendo um curso antes da contratação formal, você consegue?)?

  • Diferenciais: O que você tem que é único e agrega à posição (experiências anteriores, conhecimentos específicos, aderência cultural à empresa)? Como a empresa pode se beneficiar com a sua chegada?

Ajustes: Algo mudou? (pode acontecer antes ou depois da decisão)

  • Imprevistos: Você tem alguma viagem ou evento não informado anteriormente e que precisa ser considerado? Algum ponto faltando na proposta? Alguma coisa diferente do acordado (data de início, pacote de remuneração, etc.)?

  • Miscelâneas: Toda e qualquer situação não prevista anteriormente e que perdure (já passei por situações onde o candidato descobria uma doença grave em si mesmo ou algum parente próximo; ou casos de candidatas descobrindo gravidez antes do aceite de uma proposta. Algumas empresas não se importam com isso, mas é importante informar e fazer os ajustes necessários, se aplicável).

Decisão: Sim ou Não

Champanhe (ou qualquer outra coisa para comemorar): Parabéns, sucesso!


Negociar pode ser um processo muito prazeroso de conexão com as outras pessoas e de descoberta das nossas próprias características. Ter alguma definição do que queremos nos ajuda a ser firmes quando necessário e entender o que realmente importa. A ideia aqui foi te dar algumas ferramentas para conduzir suas negociações com mais estrutura e confiança.

Sempre que estiver diante de um negociador não permita ser conduzido para um caminho que não lhe interessa e nem se dê ao luxo de impor aos outros os seus termos. Esse é o tipo de negociação que você quer evitar pelo grau de sustentabilidade que tem. Seja claro, confiante, recíproco e vá pegar o que você quer. Negocie para vencer e não para derrotar, sempre. E boa sorte.

Seguimos agora para a última parte deste livro que você tem em mãos, espero que a jornada até aqui tenha sido útil e prazerosa para você. Na parte VII vamos falar de coisas que não são concretas, científicas, exatas, comprováveis, mas que, sem dúvida nenhuma, você conseguirá constatar por si mesmo vivendo. Pensei muito antes de incluir esta última parte por imaginar que para algumas pessoas ela vai soar como pura bobagem, mas, a verdade é que não importa. Ela precisava ser dita e compartilhada, porque, caso contrário, eu estaria fazendo mal o meu trabalho de te contar o que aprendi. Leia com a mente aberta!


 
 
 

Comments


Since 2021. por Rannison

bottom of page